Relatório Anual 2024

Edição: Fernanda Nobre

Concepção editorial: Amauri Eugênio Jr. e William Luz

Reportagem: Amauri Eugênio Jr.

Revisão: Lupa Texto

Projeto gráfico e diagramação: Gaya Vieira

Programação: Kelvin Crisos

Fotos: Tiago Queiroz (Foto Home)/ Marcos Morais (15 anos do Ponto de Leitura do Jardim Lapena) / Daisy Serena (lançamento da websérie Ancestrais do Futuro) / José Cícero / DiCampana Foto Coletivo (evento Plataforma Alas em Debate) / Léu Britto / DiCampana Foto Coletivo (lançamento do livro Minha Escolha pela Ação Social / Divulgação

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Protagonismo periférico para além do discurso

Seminário Periferia nas Eleições Municipais, realizado em parceria com a Folha de S.Paulo, apresentou ao público perspectivas plurais sobre o espaço das periferias no debate político, em particular durante o processo eleitoral

Dialogar sobre o protagonismo das periferias durante as eleições. Essa lógica norteou a organização do seminário Periferia nas Eleições Municipais, realizado em setembro, na sede do jornal Folha de S.Paulo. O evento, que teve mediação feita pelo jornalista Vinícius Torres Freire, apresentou perspectivas plurais sobre o espaço desses mesmos territórios no debate político.

Esse debate veio à tona tanto pela urgência em haver políticas públicas direcionadas para tais territórios quanto pela quantidade de vezes que foram mencionadas pelas candidaturas à prefeitura da cidade. Segundo levantamento da Agência Mural, o termo periferias e variáveis apareceu 80 vezes em planos de governo das sete pessoas candidatas ao Executivo municipal – as agendas das sete candidaturas analisadas totalizaram 323 páginas, quando somadas, em 2024. Ou seja, a recorrência foi de uma a cada quatro páginas dos planos de governo.

A primeira mesa do seminário, A Disputa entre Esquerda e Direita na Periferia, teve participação de:

  • Uvanderson Vitor da Silva, coordenador do Programa Democracia e Cidadania Ativa da Fundação Tide Setubal;
  • Andressa Oliveira, articuladora política do Mulheres Negras Decidem;
  • Tiaraju Pablo D’Andrea, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Centro de Estudos Periféricos;
  • Luciana Chong, diretora do instituto de pesquisas Datafolha.
“O início de uma identidade periférica que perpassa pela ideia de ascensão de uma classe começa a mudar o repertório do que é ser periférico a ponto de hoje haver, no cenário político, uma reivindicação de periferia alinhada tradicionalmente a uma agenda de esquerda, assim como outra periferia que começa a ser disputada e articulada pela direita, em torno, principalmente, da ideia de empreendedorismo e de aumento do consumo.”
(Uvanderson Vitor da Silva, coordenador do Programa Democracia e Cidadania Ativa)

Já a segunda rodada de diálogos, As Propostas dos Candidatos a Prefeito de São Paulo para as Periferias, apresentou as perspectivas dos que concorreram em 2024 à Prefeitura de São Paulo e contou com a presença de:

  • Mariana Almeida, diretora-executiva da Fundação Tide Setubal;
  • Antônio Donato, deputado estadual pelo PT e representante da campanha de Guilherme Boulos (PSOL);
  • Fernando Chucre, representante do candidato Ricardo Nunes (MDB);
  • José Aníbal, representante de José Luiz Datena (PSDB) e candidato à vice-prefeitura;
  • Vivian Satiro, representante da campanha de Tabata Amaral (PSB).

Durante o diálogo, Mariana Almeida falou também sobre o projeto (Re)age SP, iniciativa lançada em 2020 pela Fundação Tide Setubal junto à Rede Nossa São Paulo que estabeleceu metas multissetoriais em consonância no combate às desigualdades.

Vale dizer que o seminário Periferia nas Eleições Municipais contou também com o lançamento da publicação (Re)age SP – Quatro Anos Depois: recomendações para a construção de um planejamento municipal centrado no combate às desigualdades. Trata-se, afinal, da atualização do material lançado em 2020.

“O convite é para colocar as periferias no centro. O território importa – onde isso acontece –, importa para articular projetos. A periferia não deve estar somente como receptor da ideia, mas como quem também quer planejar e participar, inclusive, da implementação de políticas públicas.”
(Mariana Almeida, diretora-executiva da Fundação Tide Setubal)

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