Relatório Anual 2024

Edição: Fernanda Nobre

Concepção editorial: Amauri Eugênio Jr. e William Luz

Reportagem: Amauri Eugênio Jr.

Revisão: Lupa Texto

Projeto gráfico e diagramação: Gaya Vieira

Programação: Kelvin Crisos

Fotos: Tiago Queiroz (Foto Home)/ Marcos Morais (15 anos do Ponto de Leitura do Jardim Lapena) / Daisy Serena (lançamento da websérie Ancestrais do Futuro) / José Cícero / DiCampana Foto Coletivo (evento Plataforma Alas em Debate) / Léu Britto / DiCampana Foto Coletivo (lançamento do livro Minha Escolha pela Ação Social / Divulgação

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Iniciativas audiovisuais para adiar o fim do mundo

Temporada 4 da websérie Ancestrais do Futuro coloca em pauta a mobilização das juventudes das periferias brasileiras para combater os efeitos das mudanças climáticas

A saber, algumas das pessoas participantes que compartilham suas experiências com alunas e alunos foram:

Assim como o podcast Essa Geração, a websérie Ancestrais do Futuro está conectada à diretriz de apoio às narrativas das juventudes periféricas. Nessa perspectiva, ela traz consigo a defesa do direito dos territórios de contar suas histórias. Anualmente, os episódios simbolizam uma ocupação das vozes e reflexões periféricas no canal Enfrente, mas também alcançam as regiões onde têm origem como uma forma de levar temas específicos com a linguagem e a mensagem de seus criadores, que dali chegam e aceitam o desafio dessa produção e distribuição do conteúdo.

Proteger o meio ambiente e lutar pela vida em comunidade e pelo bem-viver coletivo. Esses aspectos têm papel central na temporada 4 de Ancestrais do Futuro. Realizada pelas áreas de Comunicação e de Fomento a Agentes e Causas da Fundação Tide Setubal, a websérie coloca em pauta dinâmicas diversas da mobilização das juventudes em seus respectivos territórios.

Para além da produção dos curtas-metragens, uma das razões de ser da iniciativa consiste na organização do Lab Enfrente, oficina composta por masterclasses que abordam aspectos fundamentais no contexto audiovisual e das quais participaram 37 coletivas que ingressaram no projeto por meio de carta-convite. Cada encontro, cuja curadoria foi organizada pelo jornalista Tony Marlon e pelo cineasta Well Amorim, conta com aulas ministradas por integrantes das coletivas que estiveram nas temporadas anteriores da iniciativa.

A saber, algumas das pessoas participantes que compartilham suas experiências com alunas e alunos foram:

  • Gabriela Matos, cofundadora da Renca Produções (BH);
  • Luiz Marq’s e Andrey Haag, da coletiva Olhar Marginal, da Baixada Santista (SP);
  • Yuri Santana Rodrigues, da Dzawi Filmes (PA);
  • Elton Martins, da coletiva MTQueer (MT);
  • Mário Costa, da coletiva Negritar (PA);
  • Wes Xavier, da coletiva Cinequebrada (SP).

Após a participação no Lab Enfrente, 18 coletivas que estiveram no ciclo formativo inscreveram os seus respectivos projetos para a seleção da temporada 4 da websérie Ancestrais do Futuro.

Cada proposta deveria, então, apresentar o argumento de um curta-metragem com duração de oito minutos. Além disso, era necessário um plano para executá-lo composto por orçamento para utilizar a verba de R$ 20 mil e um cronograma de desenvolvimento.

Após o processo de seleção e avaliação, foram lançados os seguintes coletivos:

  • Bora Fazer Filmes (MT), com o curta-metragem Nossos Sonhos pela Janela;
  • Gueto Hub (PA), por meio do minidocumentário Da Terra ao Clima;
  • Coquevídeo (PE), que desenvolveu o filme No Tempo do Sonho;
  • Cine Kafuné (RS), com a videodança De Bará a Oxalá;
  • Núcleo AOTA (SP), com Onde a Terra Ferve.
“Uma causa não precisa ter apenas a assinatura institucional. O nosso papel como instituição é também ser plataforma para que outras vozes vocalizem e legitimem debates fundamentais para enfrentar a desigualdade nos territórios.”
(Fernanda Nobre, gerente de Comunicação da Fundação Tide Setubal)

Uma rede audiovisual que permanece

A campanha para divulgar o lançamento da temporada 4 de Ancestrais do Futuro contou com vídeos produzidos por Coletivo Força Tururu (PE), Souza.DOC (PA) e Olhar Marginal (SP) e representa a importância da produção audiovisual feita por artistas das periferias para a população desses mesmos territórios. Esses grupos compuseram o ano de 2023 de Ancestrais do Futuro. O convite para que eles e elas anunciem a nova temporada nas redes digitais é uma forma de mantê-las conectadas entre si e com o projeto, gerando visibilidade e recursos para suas ações.

Após a campanha de chegada às redes, o lançamento da quarta temporada aconteceu em 15 de outubro, no Itaú Cultural, em São Paulo. Com a apresentação da cantora, poeta e mestre de cerimônias Mana Bella, o evento, que foi acompanhado por mais de 60 pessoas e lotou a Sala Vermelha do espaço, contou com a exibição dos cinco novos curtas-metragens. Além disso, representantes das coletivas participaram de duas mesas para diálogos.

A primeira, Agir Hoje para Garantir o Futuro e um Mundo Habitável para as Próximas Gerações, teve mediação de Tony Marlon e participação de Regiane Souza (Núcleo AOTA), Jean Ferreira (Gueto Hub) e Luan Melo (Bora Fazer Filmes).

A segunda roda de conversa, Ancestralidade como Bússola para Ser e Estar no Mundo, foi mediada por Well Amorim. Participaram Carol Canuto (Coquevídeo) e Augusto Santos (Cine Kafuné), que falaram dos respectivos curtas-metragens das coletivas das quais foram representantes, sobre o protagonismo das narrativas das juventudes das periferias brasileiras e da relação com o mote da temporada.

“Quando não se mostram pessoas negras e indígenas, ou elas são mostradas em situações subalternas, estão dizendo que esse é o papel na sociedade. Mas, quando a periferia começa a fazer audiovisual, entendemos que começávamos a nos ver de outro jeito.”
(Augusto Santos)

Finalmente, as pessoas representantes participaram, no dia seguinte, da primeira sessão do Cineclube Spcine Galpão ZL. A iniciativa foi, inclusive, fruto da parceria entre a Fundação Tide Setubal e a Spcine, empresa de cinema e audiovisual de São Paulo.

Além da exibição dos cinco curtas-metragens da quarta temporada de Ancestrais do Futuro, a atividade contou com mediação de Regiane Souza, do Núcleo AOTA. Desse modo, Everton Martins representou a mesma coletiva durante o diálogo sobre os filmes – e as demais pessoas representantes das outras quatro coletivas também estiveram presentes no evento.

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