Relatório Anual 2024

Edição: Fernanda Nobre

Concepção editorial: Amauri Eugênio Jr. e William Luz

Reportagem: Amauri Eugênio Jr.

Revisão: Lupa Texto

Projeto gráfico e diagramação: Gaya Vieira

Programação: Kelvin Crisos

Fotos: Tiago Queiroz (Foto Home)/ Marcos Morais (15 anos do Ponto de Leitura do Jardim Lapena) / Daisy Serena (lançamento da websérie Ancestrais do Futuro) / José Cícero / DiCampana Foto Coletivo (evento Plataforma Alas em Debate) / Léu Britto / DiCampana Foto Coletivo (lançamento do livro Minha Escolha pela Ação Social / Divulgação

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Participação popular no território

A promoção do bem-estar e o engajamento sociopolítico da população do Jardim Lapena tiveram destaque no trabalho da área de Prática de Desenvolvimento Local em 2024

Apoiar, empoderar e promover o protagonismo da população. Essas perspectivas tiveram papéis significativos na atuação da área de Prática de Desenvolvimento Local em 2024.

Nesse sentido, a área realizou e apoiou iniciativas que, com base nessa premissa, dialogaram com um aspecto fundamental para a sua atuação: mobilizar e articular recursos técnicos e capital social e financeiro para o desenvolvimento de atividades sociais, culturais e esportivas.

Entre as ações implementadas nesse contexto, podem-se destacar as medidas voltadas ao fortalecimento da governança e da participação social local, seja por meio da realização de iniciativas próprias ou do apoio a projetos de organizações parceiras e do poder público.

Um dos destaques nesse âmbito consistiu, a partir do trabalho realizado pelo colegiado do Plano de Bairro do Jardim Lapena, na criação de grupos de trabalho (GTs) sobre temas diversos e intrínsecos ao cotidiano do território, que expandiram a organização comunitária para áreas além das questões urbanas já existentes. A saber, os sete GTs atuaram nos seguintes contextos:

  • Meio Ambiente e Sustentabilidade
  • Cultura
  • Economia Solidária
  • Reurbanização do Baixo Lapena
  • Infraestrutura
  • Imigrantes
  • Juventude
“O Plano de Bairro e os GTs trazem o olhar aprofundado e propositivo de quem vive no território. Não é um movimento de reclamação, mas, sim, de proposição sobre o que se deseja, entendendo o que é possível e fazendo com que as pessoas sejam ouvidas. O Plano de Bairro tem espaço para encaminhá-las para chegar ao poder público.”
(Andrelissa Ruiz, coordenadora de Prática de Desenvolvimento Local)

Trabalho multissetorial e territorial

O escopo de atuação dos GTs contempla, então, a reunião de pessoas com interesses e conhecimentos diversos sobre tais temas. A partir dessa lógica, podem-se desenvolver e alcançar soluções e resultados mais eficazes para os problemas existentes na região. Além disso, cria-se um ambiente de mobilização ao fomentar o aumento da participação popular e, consequentemente, facilitar a articulação de tais projetos com políticas públicas e a incidência política.

Para além do suporte metodológico, a equipe de Prática de Desenvolvimento Local destinou, em 2024, R$ 270 mil para viabilizar e fortalecer a atuação dos sete GTs no Jardim Lapena.

“Os grupos temáticos reúnem lideranças e iniciativas já mobilizadas em torno de um tema. Com saberes do território, trocam experiências e constroem soluções coletivas. Com foco, colaboração e os recursos certos, aprofundam debates, fortalecem ações e criam estratégias com potencial transformador.”
(Marcelo Ribeiro Silva, coordenador de Prática de Desenvolvimento Local)

A atuação dos GTs contou com o subsídio de ações anteriores, realizadas por meio da Teoria da Mudança desenvolvida para basear e monitorar as iniciativas colocadas em prática no bairro, para identificar os indicadores de desenvolvimento territorial e áreas prioritárias para incidência. Nesse sentido,

Incidência dos GTs

Os GTs destacaram-se, em 2024, por implementar ações diversas no bairro. O GT de Meio Ambiente esteve à frente, por exemplo, da organização de hortas em Centros de Educação Infantil (CEIs), escolas e no Centro Social Marista na região, assim como na realização de feiras orgânicas e de palestras com a população do território. Já o GT de Infraestrutura viabilizou a compra de equipamentos de segurança para a E. E. Pedro Moreira Matos, no Jardim Lapena, e de equipamentos de limpeza para moradoras e moradores zelarem pelas praças do bairro.

Em paralelo, o GT de Reurbanização realizou, entre outras intervenções, a construção de duas pontes na região do Baixo Lapena para permitir a locomoção de moradoras e moradores dessa área, assim como deu apoio à mobilização do colegiado do Plano de Bairro desse mesmo espaço, grupo de moradores focado em debater as melhorias específicas dessa área, a mais vulnerável do Jardim Lapena. Além disso, esteve também à frente da instalação de refletores de luz em locais estratégicos no bairro.

O GT de Imigrantes, por sua vez, organizou a Festa da Bandeira Haitiana, em homenagem à comunidade do país habitante do bairro, e cursos de trança e de design de sobrancelhas. Essas ações dialogaram também com o trabalho do GT de Economia Solidária. A equipe integrante participou de curso do Instituto Paul Singer sobre economia solidária no qual houve abordagem das dimensões teóricas e práticas para a adoção de novas possibilidades para a atividade econômica e a inclusão produtiva no território. Além disso, o grupo organizou formação com capital semente para apoio a 11 empreendimentos do bairro e participou da 4ª Conferência Municipal de Economia Solidária e de feiras locais.

Ainda, pode-se destacar o GT de Cultura. Por meio da atuação do grupo, o terceiro ano da Mostra Cria da Vila colocou em evidência o trabalho de artistas do bairro e de territórios próximos ao Jardim Lapena. Com sete edições cujos temas foram diversos, o festival ofereceu ao público atividades e atrações de poesia, teatro, música e moda na sua programação.

A Mostra Cria da Vila foi reconhecida na sétima edição do Selo Direitos Humanos e Diversidade, ação da Prefeitura de São Paulo que destaca boas práticas nesse tema e aspectos intrínsecos à promoção dos direitos humanos em diferentes segmentos, incluindo organizações do terceiro setor.

“O Selo de Direitos Humanos e Diversidade é um reconhecimento importante, que valida nosso compromisso com a inclusão e a diversidade, promovendo visibilidade aos artistas do território.”
(Malu Martins e Mauricelia Martins, analistas de Programas e Projetos)

Finalmente, o GT de Juventude organizou workshops sobre mercado de trabalho com jovens do bairro, com destaque para a Feira de Oportunidades, que aconteceu na E. E. Pedro Moreira Matos e teve a participação de profissionais de áreas diversas. Outro tópico emblemático diz respeito à presença do grupo no G20 Social, em novembro. A equipe que compõe o grupo esteve na mesa Periferias em ação: Lidando com a complexidade da atuação em contextos urbanos de vulnerabilidade, na qual os assuntos passaram pelo trabalho realizado.

“Considero que conseguimos transmitir para as outras lideranças um pouco do que fazemos. Acho que fomos muito bem acolhidas e que servimos de inspiração para essas pessoas. Elas falaram que usarão na comunidade delas algumas coisas sobre as quais falamos. Destacaram também que levarão melhorias por meio do que falamos durante a mesa.”
(Letícia Naiara, integrante do GT de Juventude do Jardim Lapena)

Comunicar, influenciar e sensibilizar

Outra estratégia para maximizar o alcance do trabalho do Galpão ZL no Jardim Lapena por meio das ações de governança no território, assim como aumentar a capilaridade dos projetos lá desenvolvidos, diz respeito às ações de comunicação no bairro.

Nesse sentido, o wi-fi gratuito no território, disponibilizado por meio da multiplataforma de marketing Wifi.fi desde 2021, registrou 19.453 pessoas conectadas e 33.701 conexões em 2024.

Além disso, o bot Gal, que funciona como canal de atendimento do Galpão ZL no WhatsApp, tornou-se um meio para aproximar a comunidade do equipamento e facilitar o acesso às atividades lá desenvolvidas. Pode-se destacar que houve, no decorrer do ano, 6.048 pessoas ativas no grupo criado para informar sobre cursos e demais eventos do espaço – sem contar a ocorrência de 40.745 interações.

Outros meios para divulgar a atuação da equipe de Prática de Desenvolvimento Local da Fundação Tide Setubal dizem respeito às redes sociais. A estratégia adotada para apresentar a públicos que estão além da zona leste de São Paulo o trabalho desenvolvido no Galpão ZL, a partir dos efeitos práticos no cotidiano da comunidade, compreende a comunicação via Instagram – em particular, com vídeos em formatos reels e stories – e de posts no LinkedIn, por meio das ações de infraestrutura realizadas no bairro.

Além disso, as histórias de lideranças do Jardim Lapena foram retratadas na websérie #GalpãodeHistórias, realizada pela equipe de Comunicação da Fundação Tide Setubal para evidenciar o trabalho multidisciplinar para apoiar o desenvolvimento do bairro. Lançada em setembro de 2024, a série teve, até 31 de dezembro, 47.257 visualizações.

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