Mostrar que a promoção da equidade passa pelo fortalecimento de lideranças negras com trajetória periférica. Essa premissa norteou o trabalho desenvolvido em 2024 pela Fundação Tide Setubal, por meio do Programa Lideranças Negras e Oportunidades de Acesso, para articular ações de sensibilização e influência voltadas a atores do campo do investimento social privado (ISP) sobre o papel central da promoção da equidade racial em postos de poder e de decisão.
Em 2024, essa ação teve caráter multidisciplinar e contemplou diversas frentes. Uma delas foi a organização do evento Plataforma Alas em Debate. Realizado em agosto de 2024, no Itaú Cultural, o encontro contou com a mediação da jornalista Adriana Couto e teve como fio condutor os três episódios da websérie Caminhos pela Equidade Racial.
“Nesta temporada, trabalhamos com o formato de videocast com o conteúdo em três episódios, cada um abordando um campo de atuação: investimento social privado, educação e empresas. Sabemos que essas instituições têm um papel fundamental e uma responsabilidade inegável na busca pela justiça social e racial. Nosso objetivo é trazer referências nesses campos para debater conjuntamente essa questão tão urgente e necessária.”
(Viviane Soranso, coordenadora do Programa Lideranças Negras e Oportunidades de Acesso)
Dentro desse propósito, a primeira mesa do evento, Papel das Instituições e Lideranças Brancas na Luta pela Equidade, contou com a participação de lideranças que estiveram presentes nos episódios da websérie:
- Fabio Alperowitch, fundador e CIO da fama re.capital;
- Inês Lafer, presidente do Conselho do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife);
- Nicole Carnizelo, diretora-executiva da Associação Santa Plural.
Já a segunda mesa, realizada durante o Plataforma Alas em Debate, Elas Periféricas – uma experiência de fomento a instituições negras, teve também mediação de Adriana Couto e presença de:
- Guiné Silva, coordenador da área de Fomento a Agentes e Causas da Fundação Tide Setubal;
- Viviane Soranso, coordenadora do Programa Lideranças Negras e Oportunidades de Acesso, também da Fundação.
Durante o diálogo, Guiné e Viviane destacaram o processo de desenvolvimento – e de aprendizado – inerente à organização do edital Elas Periféricas. A coordenadora do Programa Lideranças Negras e Oportunidades de Acesso evidenciou a importância da compreensão do processo das iniciativas apoiadas e dos entraves que elas enfrentavam para acessar recursos de fomento. Já o coordenador de Fomento a Agentes e Causas destacou a importância de o recurso aportado ser flexível – ou seja, ser investido em áreas que as organizações considerem mais pertinentes.
Essa mesa em questão apresentou o lançamento da publicação Programa Elas Periféricas – Uma experiência de fomento institucional de organizações lideradas por mulheres negras e teve a participação de:
- Vanessa Prata, sócia-fundadora da ponteAponte, organização que apoiou a Fundação Tide Setubal na elaboração do edital Elas Periféricas;
- Alessandra Garcia, coordenadora organizacional geral do Instituto Itéramãxe, apoiada por meio do edital;
- Bianca Pedrina, jornalista, cofundadora e gestora operacional do Nós, Mulheres da Periferia, organização também apoiada no Elas Periféricas.
“Falo com muito orgulho que o edital foi um divisor de águas nas nossas vidas. Tínhamos muito desejo de tirar esse projeto do papel e nos formalizar. Não entendíamos de gestão, tampouco sobre missão, visão e valores e teoria de mudança.”
(Bianca Pedrina)
Metodologias para fomentar a ação
Em consonância com a criação e o fortalecimento de pontes para diálogos e influência com atores do ISP, a Fundação Tide Setubal desenvolveu metodologias relativas às suas áreas de atuação sobre o trabalho que realiza nas periferias urbanas. O objetivo de tais publicações é potencializar o impacto de organizações do ISP nos territórios onde estão presentes.
Dois desses materiais dizem respeito à atuação do Programa Lideranças Negras e Oportunidades de Acesso. Um deles, Programa Elas Periféricas – Uma experiência de fomento institucional de organizações lideradas por mulheres negras, que foi desenvolvido por meio de parceria técnica com a ponteAponte, foi lançado durante o evento Plataforma Alas em Debate.
Outro material divulgado durante o mesmo evento foi Experiência Alas – Um ponto de partida para fomentar o acesso e a inclusão de pessoas negras nas instituições, que descreve a criação da Plataforma Alas, iniciativa idealizada e estruturada pela Fundação Tide Setubal para apoiar o desenvolvimento de lideranças negras para que possam alcançar espaços de poder e de decisão e a elaboração de compromissos para a construção da equidade racial por parte de organizações de ensino de origem branca.
Saiba mais detalhes sobre ambas as metodologias no texto Diagnósticos e possibilidades para o terceiro setor e o poder público.