Relatório Anual 2024

Edição: Fernanda Nobre

Concepção editorial: Amauri Eugênio Jr. e William Luz

Reportagem: Amauri Eugênio Jr.

Revisão: Lupa Texto

Projeto gráfico e diagramação: Gaya Vieira

Programação: Kelvin Crisos

Fotos: Tiago Queiroz (Foto Home)/ Marcos Morais (15 anos do Ponto de Leitura do Jardim Lapena) / Daisy Serena (lançamento da websérie Ancestrais do Futuro) / José Cícero / DiCampana Foto Coletivo (evento Plataforma Alas em Debate) / Léu Britto / DiCampana Foto Coletivo (lançamento do livro Minha Escolha pela Ação Social / Divulgação

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Vidas moldadas e traçadas pelas desigualdades

Podcast Desiguais mostra como iniquidades sociorraciais se somam a ponto de minar sonhos e escolhas de pessoas submetidas a contextos com esse teor

Evidências, dados e estudos em abundância mostram a correlação entre território, raça e gênero quando se fala em desigualdades socioespaciais. Essa mesma lógica, é claro, tem impacto definitivo na formação de sujeitos. E isso vale desde o nascimento. Entretanto, a narrativa dos números e dos dados não dá conta de se fazer compreender e até mesmo de se afetar pela realidade das desigualdades. Esse é o desafio narrativo do podcast Desiguais.

Com apresentação e entrevistas feitas pela jornalista Carol Pires, conhecida pela produção dos conteúdos Retrato Narrado e Rádio Novelo Apresenta, o podcast Desiguais apresenta seis episódios que passam por dimensões diversas relacionadas aos impactos das disparidades sociais nos diferentes em todos os estágios da vida. Adriana Barbosa, Conceição Evaristo, Cida Bento e Mãe Beth de Oxum são algumas das entrevistadas.

Com apoio da Fundação Tide Setubal, da Oak Foundation e da Ford Foundation e produção da Maranha Filmes, o podcast mostra como iniquidades sociorraciais se somam a ponto de minar sonhos e escolhas de pessoas submetidas a contextos com esse teor.

“Quis ouvir pessoas que fossem especialistas no tema não somente porque estudaram ou trabalharam nessa área, mas também por terem vivido essas realidades.”
(Carol Pires)

Sobre os episódios

Episódio 1: Mãe Beth de Oxum
O episódio inaugural aborda a trajetória de Mãe Beth de Oxum, que traz consigo diversos símbolos de grupos historicamente subalternizados no Brasil – mulher negra, pobre e do candomblé. A história leva o público a compreender que “superar a desigualdade” não precisa significar “ser financeiramente rico”.

Episódio 2: Envelhecer no Brasil
Com participação de Alexandre Kalache e Maria de Lourdes Siqueira, o episódio parte da premissa segundo a qual a velhice é uma fase da vida que representa diversas deficiências em níveis econômico, doméstico e sanitário, no que diz respeito a cuidados multifatoriais e até mesmo amizades. Todavia, há mais possibilidades para além da apresentada para boa parte da população: a capacidade de todas as pessoas para acumular afetos pode ser determinante para essa fase da vida.

Episódio 3: Sonhar no Brasil
Nesse capítulo, Kwame Yonatan e Pastor Henrique Vieira falam sobre as vivências de pessoas negras com trajetória periférica. Alguns aspectos passam por dimensões plurais, como a busca pelo crescimento e a construção de carreiras por meio dos estudos e do trabalho, e pela sobrevivência. Assim sendo, fica o questionamento: como ser quem você sonha ser se não há oportunidades?

Episódio 4: Trabalhar no Brasil
A partir das trajetórias de Cida Bento e Adriana Barbosa, o episódio mergulha na dimensão do trabalho no Brasil. Desse modo, o programa aborda oportunidades e educação. Não se trata de um mero acaso: esses temas têm ligação intrínseca com o racismo estrutural e os atravessamentos das desigualdades entre a população brasileira.

Episódio 5: Escrever o Brasil
A partir das perspectivas e vivências de Conceição Evaristo e Luiz Antônio Simas, o episódio 5 do podcast Desiguais analisa o papel da cultura no existir e resistir dos brasileiros. Nesse sentido, trata-se de algo que, mesmo com a desigualdade crônica no país, surge sempre nas favelas graças à potência populacional.

Episódio 6: Crescer no Brasil
O episódio de encerramento do podcast Desiguais mostra como as disparidades desde o nascimento representam obstáculos enormes no decorrer da vida. Por meio das histórias de Benilda Brito e Ananda Marieta, a abordagem revela como é impossível falar em mérito sobre ascensão social nesse cenário. E isso passa, por fim, até mesmo por aspectos como acesso ao pré-natal, nutrição e estímulos diversos na infância.

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